Produção física industrial baiana tem queda histórica, aponta estudo

Resultados nunca foram tão ruins desde 2002
Maurício Maron

A produção física industrial baiana apresentou, em abril, a maior queda da série histórica da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE, iniciada em 2002, tanto frente ao mês anterior (-24,7%), descontados os efeitos sazonais, quanto na comparação com o mesmo mês do ano anterior (-26,5% em relação a abril de 2019). Os resultados refletem os efeitos do distanciamento social para controle da pandemia da Covid-19, com a paralisação ou redução expressiva das atividades em várias unidades produtivas. As informações foram analisadas pela equipe de Conjuntura Econômica da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento.

As exportações baianas atingiram US$ 548,4 milhões em maio, queda de 32% em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, de janeiro a maio, as exportações do estado acumularam US$ 2,44 bilhões, com queda de 3,7% sobre o mesmo período de 2019. O volume embarcado de produtos (quantum) também registrou queda em maio de 19,6%, totalizando 952,1 mil toneladas.

As receitas correntes do estado da Bahia foram fortemente impactadas pela crise sanitária, comprovadas pela queda na arrecadação no mês de abril. Principal imposto estadual, o ICMS registrou perda de 29,7% em comparação com o mesmo mês em 2019. O tributo, que incide sobre a circulação de mercadorias e serviços, arrecadou R$ 1,42 bilhão, ante R$ 2,02 bilhões no ano passado. O imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) caiu 27,2%, e o imposto sobre heranças e doações (ITD), perdeu 58,5%.

Diante do quadro de incertezas, desde que foram registrados os primeiros casos de contágio local, o governo baiano colocou em prática uma agenda destinada a minimizar as perdas na arrecadação e a reduzir os gastos. Em 20 de março, o governador Rui Costa assinou o decreto 19.551/20, estabelecendo medidas para a gestão das despesas e controle dos gastos de custeio e de pessoal, para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional, decorrente da Covid-19.

“O cenário atual é inédito por envolver crises simultâneas na saúde e na economia, mas estamos trabalhando, sob a liderança do governador, para preservar o funcionamento do Estado, o que inclui uma série de medidas de redução dos gastos, o redirecionamento das atividades do fisco em função das áreas que mantiveram a atividade econômica e a renegociação de contratos, inclusive os de operações de crédito”, explica o secretário da Fazenda do Estado, Manoel Vitório.

O quinto Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relativo a maio, projetou a produção baiana de grãos em 9,0 milhões de toneladas, em 2020, o que representa uma expansão de 9,4% na comparação com 2019. Em abril, o levantamento apontava uma safra de grãos de 8,8 milhões de toneladas. Em relação à área plantada, o IBGE projeta uma ligeira retração de 0,7% na comparação anual, registrando uma extensão de 3,1 milhões de hectares.

Os detalhamentos dos setores, destacando alguns fatores que podem afetar as atividades de cada um, podem ser acessados no boletim completo no site da SEI clicando aqui!